terça-feira, 19 de novembro de 2013

O nosso amote :')

"Não percebo porque é que "amo-te" se escreve desta forma: amo-te! Quando deveria ser desta: amote. Amo-te não deveria ter hífen ou tracinho, como se costuma dizer. O amote de que falo, este, não deveria ter espaço, para que nenhuma letra respirasse, para que ficassem ali as letras apertadinhas de forma a não caber mais nenhuma. Porque a verdade é que, quando se ama alguém, não cabe mais ninguém ali. Porque não há espaço. Porque as letras estão literalmente sufocadas por essa palavra que se deveria escrever apenas e só assim: Amote."

O nosso amote sempre foi junto desde que te enviei este texto do Alvim que tanto eu como tu adorávamos e achávamos que fazia todo o sentido na nossa relação.

Durante todo este tempo foi Amote porque mesmo com a distância física o que sentia por ti fez com que não houvesse espaço para mais ninguém. E acredita que, em todas as minhas relações houve sempre espaço para um flirt, embora nunca quisesse mais nada além disso, mas contigo não havia essa necessidade que todas as mulheres têm de ter sempre um backup. 

Foi um amote juntinho como eu e tu quando dormíamos juntos. 

Um amote sem respirar porque sempre me tiraste a respiração com cada sorriso que me deste. 

Um amote que não se separava assim como nós nas nossas noites de verão.

Um amote pegajoso como os teus crepes na frigideira. 

Um amote como eu sempre desejei ter. E tive e por isso valeu a pena. Amar sem reservas vale a pena. 

Agora é altura de colocar lá o traçinho, de desapegar e voltar atrás, passar a ser Amo-te para mais tarde ser Adoro-te e depois nada. Tal como era antes de te conhecer.

E este amo-te sim custa, um amo-te com todo o espaço que existe entre nós, que agora além de físico é também mental, universal. Um amo-te com espaço para outras pessoas. Ou não, pelo menos para mim, enquanto não for nada não haverá espaço para ninguém. 

Desapegar deveria se escrever desa-pegar. Porque é necessário colocar lá algo a separar. Porque se queres desapegar não faz sentido ser junto quando tem que se estar separado. 


E agora o texto do Alvim que faz mais sentido:

"grande problema quando amamos alguém, é que só essa pessoa nos poder dar o que queremos. E quando amamos alguém o que dela queremos é amor, do mesmo modo que quando vamos à farmácia queremos medicamentos. E houvesse um que nos fizesse esquecer quem amamos e não nos ama e aqui vos juro que o tomaria todo. As caixas que houvesse. Mas não havia. Nunca houve."

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