terça-feira, 5 de novembro de 2013

"A raiva não cura nada meu amor. Podes partir tudo o que é meu, podes reduzir o mundo inteiro a estilhaços, que nem um desses cacos te vai serenar as noites. Perdoa-me, perdoa-te, fomos tudo o que os elementos deixaram, apenas não fomos mais que isso. Recorda-me bem, recorda-nos no abraço, no fogo da nossa pele, no vazio que os nossos corpos deixaram um no outro, de dia, de noite, aconteceu tudo, foi tudo verdade, aceita os hoje já incorrigíveis erros… existimos os dois ao mesmo tempo, e mesmo embalados naquela imensa luta contra os venenos do mundo, foi bom, fomos bons, e amar-nos-emos sempre há hora do sol posto. Percebe isso, serena.te, adormece-me calmamente numa caixinha. Dorme bem".

Tiago Bettencourt

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